quarta-feira, 25 de agosto de 2010

O futebol e a imprensa



Na certa você já percebeu quanto tempo se perde na difusão de torneios de futebol, como o Brasileirão, a Libertadores da América, a Copa do Mundo, jogos regionais, etc. Antes e durante a Copa, foram utilizados 15 minutos no horário nobre do jornal Nacional para propagar tudo sobre o evento, como se não houvesse outro esporte no Brasil.  E quando não se tem nada a falar, se inventa: fulano machucou o dedinho, cicrano espirrou, e coisas do gênero. Só a Globo recebeu dos patrocinadores Coca-Cola, Itaú, Ambev, Olympikus, Oi e Fiat quase R$ 90 milhões de cada um para terem suas marcas divulgadas com mais evidência durante a Copa. E tome futebol.

Depois que a Copa terminou, deu-se uma pausa, mas voltou com todo gás com a equipe do Mano Menezes e suas marcas Gillette, Vivo, Itaú, Guaraná, Tam, Seara, e mais discretamente a Visa, Castrol, Mc Donald's, entre outras. E tome mais futebol

Nada contra o futebol ou os jogadores, mas por que não patrocinam Marta, eleita melhor jogadora do mundo pela FIFA por quatro anos consecutivos?  Ou então o nadador recordista mundial César Cielo? A judoca Sarah Menezes? E a lutadora de taekwondo, Natália Falavigna? Pelo menos a saltadora Maurren Maggi? Para eles, quase nada de investimendos.

E são essas marcas que patrocinam os jogadores e clubes brasileiros que definem o que podemos assistir na tv ou no jornal. São elas que financiam a imprensa, os clubes e os jogadores. E o pobre do povo brasileiro não percebe as mensagens subliminares colocadas aqui e ali, por patrocinadores que comandam a informação e a formação de valores no Brasil.

Apesar de Ronaldo ser traidor, mulherengo, de passar noitadas em boates no lugar de repousar nas vésperas de jogos e até ter sido motivo de escândalo com homossexuais, a midia  brasileira o coloca num pedestal como um Deus. Quem investe nesse esportista é a Bozano, a Claro e outras empresas, todas que fazem da nossa imprensa medíocre um palco teatral e manipulador de opiniões para inculcar paixões desmesuradas.

Bruno, Wagner Love, Adriano são outros “ídolos” que dão o exemplo para as crianças, o futuro do Brasil. Um assassinou a ex-namorada, o outro, foi a um baile funk escoltado por traficantes e o terceiro pousou para fotografia com traficante de metralhadora e ainda bateu na namorada.

Esses são os exemplos de ídolos ofertados por essas empresas que patrocinam o futebol no Brasil. Nestes casos, acontece o furo de reportagem, mas depois abafam o caso, o povo esquece e fica tudo por isso mesmo. O espetáculo do futebol, visto por mais da metade da população brasileira, é um ópio. E para as crianças das camadas mais pobres, uma ilusão em ser como seus ídolos: poderosos, ricos, famosos e comedores de marias-chuteiras..